Mercado de casas aquece nos EUA

Mercado de casas aquece nos EUA

Uma onda de otimismo está soprando sobre o setor imobiliário dos EUA, segundo dois diferentes relatórios divulgados nesta quarta-feira.

O escritório do Censo informou que as autorizações para construção aprovadas no mês de agosto subiram substancialmente. Isso vai ao encontro do relatório divulgado pela Associação Nacional dos Corretores que acusou uma elevação de 7,8 por cento na venda de casas usadas.

Os incorporadores parece que sentiram o sopro de otimismo e resolveram apostar no mercado. No último ano, 750.000 casas novas foram construídas, o que significa um aumento de 29,1 por cento em comparação com o ano anterior.

Em comparação com agosto do ano passado, eles pediram autorização para construir mais 803 mil casas novas em uma base anual, um salto de 24,5% em comparação com agosto de 2011.

Quem agradece é o mercado de trabalho, porque para cada casa nova três novos empregados são contratados, segundo a Associação Nacional de Construtores.

via intertransfers.com

Turistas do Brasil são os primeiros na lista de gastos por cabeça entre os 10 maiores grupos de visitantes estrangeiros nos EUA

Mesmo em uma cidade que adotou tantas ondas de latinos que é jocosamente conhecida como a capital dos sul-americanos na América do Norte, nenhum grupo tem sido tão cortejado e mimado como os brasileiros em Miami, nos Estados Unidos.

Cheios de dinheiro de uma economia em expansão e apaixonados pelo luxo, os brasileiros estão visitando o sul da Flórida em massa e gastando milhões de dólares em condomínios de férias, roupas, joias, móveis, carros e arte, muito menos caros do que aqui no Brasil.

Como agradecimento, os habitantes da Flórida estão criando formas inovadoras para fazer essas pessoas que falam português felizes. Agentes imobiliários, por exemplo, têm juntado empresas que oferecem serviços de decoração de interiores e de concierge, bem como aconselhamento jurídico e ajuda de visto. Alguns agentes estão inclusive abrindo escritórios no Brasil, para simplificar o processo.

Cientes de que os brasileiros não vão gastar livremente a menos que se sintam em casa, shopping centers os têm seduzido contratando funcionários que falam português para lançar vestidos Dolce & Gabbana e relógios Hublot. O mesmo objetivo levou à colocação de avisos em português.

"Oi" conquista Miami

Restaurantes brasileiros também estão florescendo em Miami, incluindo uma cadeia popular do Brasil - Giraffas - que oferece pão de queijo brasileiro e cortes especiais de carne. "Hola" e beijos no ar ainda são raros aqui, mas "Oi" - uma saudação do Brasil - está fazendo conquistas perceptíveis.

"Chegamos a Miami para investir, porque no meu país casas são muito caras", disse Claudio Coppola Di Todaro, um investidor de fundos de hedge de São Paulo que recentemente comprou um apartamento nas Torres Trump em Sunny Isles Beach e outro no Trump SoHo, em Manhattan (brasileiros também amam Nova York). "Nós gostamos de Miami para férias algumas vezes por ano. Muitos brasileiros fazem isso agora. "

Enquanto os Estados Unidos e a Europa continuam a lidar com a recessão, a economia do Brasil galopa para a frente, impulsionada pelas exportações, uma base de produção crescente e recursos naturais abundantes. O desemprego em outubro foi de 5,8%, e esta semana o Brasil passou a Grã-Bretanha para se tornar a sexta maior economia do mundo.

Primeiros na lista dos que mais gastam

Conscientes de marca, os brasileiros gostam de usar seu dinheiro e são os primeiros na lista de gastos por cabeça entre os 10 maiores grupos de visitantes estrangeiros para os Estados Unidos, uma lista que inclui os franceses, britânicos e alemães. Ao todo, 1,2 milhão de brasileiros visitaram o país em 2010 e gastaram US$ 5,9 bilhões, ou US$ 4.940 para cada visitante. Viajantes apenas da Índia e da China superaram os brasileiros, mas vêm em menor número e não estão entre os top 10.

O Departamento de Comércio espera que o número total de visitantes brasileiros seja ainda maior este ano. O impacto econômico dos brasileiros é tão poderoso que as indústrias de restaurante, viagens e varejo, juntamente com a Câmara de Comércio dos EUA, têm feito lobby em Washington para permitir que os brasileiros entrem sem vistos, como os cidadãos dos países da União Europeia. Em novembro, o Departamento de Estado concordou em adicionar mais funcionários consulares para acelerar o processo de visto. A American Airlines tem 52 voos por semana para Miami a partir de cinco cidades no Brasil e pediu mais rotas.

 

A Flórida é o estado que mais se beneficiou da nova riqueza do Brasil e a expansão de sua classe média. A maioria dos brasileiros que vêm para os Estados Unidos visita a Flórida, e nos primeiros nove meses deste ano, cerca de 1,1 milhão de brasileiros gastaram US $ 1,6 bilhão no estado, um aumento de quase 60% na comparação com o ano anterior. Entre as nações estrangeiras, apenas o Canadá envia mais visitantes para a Flórida.

Eles também querem casas

O dinheiro dos brasileiros também tem ajudado a ressuscitar o mercado imobiliário em Miami. Estrangeiros respondem por mais da metade de todas as vendas de bens em Miami, e as torres do condomínio que antes ficavam vazias são rapidamente vendidas a estrangeiros.

"Os brasileiros, em muitos aspectos, têm sido a graça salvadora aqui", disse Edgardo Defortuna, presidente da Fortune International Realty, que tem escritórios no Brasil e Miami. "O preço não é um grande problema para eles."

Brasileiros aqui escorregam para o estilo de vida da América Latina - jantares tarde e moda, comida e música familiares. E a relativa segurança dos Estados Unidos é um bônus. Apesar de em declínio, a taxa de homicídios no Rio de Janeiro é quase o triplo da de Miami.

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Ansiosas para fazer compras e gastar o tempo com amigos e familiares, extensas redes de brasileiros costumam comprar condomínios no mesmo edifício, como o W, em South Beach. "Em Miami, eles podem vir aqui e usar relógios caros e dirigir seus carros conversíveis, e ninguém vai cortar o seu braço para levar uma joia, como acontece em casa", disse Alexandre Piquet, advogado brasileiro da Piquet Realty, que foi fundada por seu irmão, Cristiano, um conhecido piloto de corridas."Aqui não temos que nos preocupar com crianças atravessando a rua e em sermos sequestrados, alguns dos problemas que ainda enfrentamos lá em baixo. É a realidade ".

 

A Piquet Realty, fundada em 2005, dobrou seus negócios no ano passado, disse Cristiano Piquet. Alguns apartamentos que vende estão totalmente mobiliados pela Artefacto, uma proeminente designer de móveis brasileiros. Se os brasileiros precisam de ajuda com negócios jurídicos, questões de natureza fiscal ou conselho de imigração, a empresa oferece isso também. Se um cliente quer uma Ferrari, Piquet Realty pode conseguir.

Como tantas empresas no sul da Flórida, a companhias se promove de forma agressiva no Brasil, assim como o escritório de turismo de Miami. O governador Rick Scott viajou da Flórida para o Brasil este ano em uma missão comercial.

Orlando quer sua fatia

Agora, Orlando está tentando atrair os brasileiros, que preferem shoppings da cidade tomada por seus parques temáticos. A Pegasus Transporte opera roteiros regulares de compras, trazendo milhares de brasileiros para os shoppings. O outlet da Tommy Hilfiger e loja de eletrônicos HH Gregg abriram só para eles. "Eles estão comprando tudo o que se possa imaginar", disse Claudia Menezes, vice-presidente de Pegasus. "Os laptops, máquinas fotográficas, roupas de marca - lotes de Prada e Louis Vuitton."

A alegria de espalhar dinheiro é a principal razão pela qual a batalha dos vistos está começando a ressoar no Capitólio. Há apenas quatro escritórios consulares dos EUA no Brasil, um país com quase o mesmo tamanho que os Estados Unidos. Para obter um visto, muitos brasileiros devem viajar longas distâncias para serem entrevistados. Apesar do processo oneroso, havia 820.000 pedidos de visto este ano, com uma espera média de 50 dias - muito tempo, dizem as autoridades de turismo.

Lobistas estão pressionando o Congresso e o Departamento de Estado para mudar o processo. Eles estão pressionando por mais escritórios consulares e um programa piloto que entrevistaria quem pede visto por vídeo conferências. Sete projetos estão pendentes no Congresso sobre a questão dos vistos.

Nesse ínterim, funcionários de turismo dizem que a Europa atrai um grande número de brasileiros porque viajar para o continente é muito mais fácil. A Europa Ocidental recebe 52% de todos os brasileiros que viajam ao exterior e os Estados Unidos 29%. "Você provavelmente poderia dobrar o número de brasileiros nos Estados Unidos" se os vistos não foram obrigatórios, disse Patricia Rojas, vice-presidente da Associação de Viagens EUA. "Estamos em desvantagem completa."

 
via economia.ig.com.br

Mercado Imobiliário da Flórida

Depois de serem peça fundamental na recuperação do mercado imobiliário da Flórida, os brasileiros são oficialmente os queridinhos do comércio americano. Hoje o The New York Times trouxe uma reportagem sobre lobby que a U.S Chamber of Commerce, unida a empresários, faz em Washington, sugerindo o fim da exigência de visto de turismo para os brazucas.

Em Miami, Dolce & Gabana, Hublot e até a Target querem funcionários que falem português. O Giraffas abriu uma filial na cidade do sol, com direito a pão de queijo e tudo. Aqui em Nova York não é diferente. Somos o terceiro povo que mais visita a cidade, mas primeiro no ranking dos que mais gastam. Estamos falando de turistas, sim. Mas cruzar fronteiras é uma maneira de aquecer a economia não apenas por isso.

Se somados ao redor do mundo nós, imigrantes, já formamos uma população maior que a brasileira. Somos 215 milhões de imigrantes de primeira geração. Trata-se de um grupo que promove redes entre nações, tornando mais fáceis o intercâmbio cultural e o econômico. Com a internet, as redes sociais, o skype, essa troca de informações se torna cada vez mais fácil e intensa. E o volume de dinheiro que ela promove acompanha a tendência.

A questão do crédito, o alerta de uma bolha prestes a explodir e a ausência de uma cultura de poupança entre os brasileiros são preocupantes. A diminuição dos preços das commodities e o desaceleramento mundial empurrado pelo double dip que enfrentamos são motivos suficientes para deixar qualquer cidadão de orelha em pé.

Mas talvez em vez de fechar fronteiras, como tentam fazer alguns países europeus, ou empunhar bandeiras contra a chegada de imigrantes, como fazem tantos republicanos por aqui, seja a hora de os países "desenvolvidos" fazerem as contas, pôr na ponta do lápis, e entenderem que o movimento nas fronteiras não traz prejuízos, violência ou desemprego. Traz uma nova estrutura mundial, tanto econômica quando cultural, capaz de produzir a riqueza que pode ajudar essas nações a saírem do buraco. Foi o que aconteceu com o mercado imobiliário de Miami.

Além do artigo do Times, o assunto foi reportagem de capa da The Economist pouco mais de um mês atrás. O livro Exceptional People, lançado este ano, traça uma perspectiva histórica do assunto para provar que migrações são tão antigas quando a humanidade e jamais foram responsáveis pela derrocada de nenhum povo. Muito pelo contrário.

Até a China, que sempre se fechou aos estrangeiros, já se deu conta disso. Em 2009, 100 mil forasteiros viviam em Xangai. E o número só aumenta. Profissionais qualificados, acadêmicos, empreendedores, agora são bem vindos, venham de onde vierem. E como nos últimos anos muitas das boas lições que o mundo tenta copiar vieram da China, talvez seja a hora de pensar em mais essa.

via milaburns.com