A partir de hoje, tirar visto para os EUA fica mais rápido e mais barato

A partir desta segunda-feira (30) o brasileiro que quiser solicitar o visto norte-americano vai gastar menos tempo e dinheiro. Os gastos para emissão do documento, que chegavam a R$ 350, ficarão em torno de US$ 160 (aproximadamente R$ 280) com a cobrança de uma única taxa. A redução de gastos faz parte de um novo processo de concessão de vistos que inclui também a busca pela redução no tempo do agendamento e das entrevistas.

Atualmente, a média de espera entre a solicitação e a emissão do visto é de até 40 dias. A expectativa, segundo a Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, é que as mudanças ajudem a reduzir esse tempo para cerca de 20 dias.

O agendamento da entrevista passa a ser feito pelo novo site do Consulado (http://brazil.usvisa-info.com), que entre no ar nesta segunda (30). Em seguida, a embaixada enviará um e-mail detalhando os procedimentos para a obtenção do visto. A entrevista será exigida para quem estiver tirando o visto pela primeira vez ou em casos excepcionais.

A mudança nos serviço de concessão de vistos faz parte de um novo acordo dos EUA com o Brasil, visando facilitar a entrada dos brasileiros no país. Só em março deste ano foram concedidos 115 mil vistos, 62% a mais do que o registrado no mesmo período de 2011. A Embaixada dos Estados Unidos informou que a expectativa é agilizar atendimentos e aumentar o número atual.

A próxima etapa das mudanças começa no dia 7 de maio, quando serão inaugurados Centros de Atendimento ao Solicitante de Visto (CASV) em Brasília, em Belo Horizonte, em Recife, no Rio de Janeiro e em São Paulo.

MUDANÇA NOS VISTOS

Em 2010, o visto americano passou a ter validade de 10 anos e não mais de 5 para viagens de turismo e de negócios realizadas por brasileiros. Já em janeiro deste ano, os EUA decidiram tornar mais rápida a concessão de vistos para brasileiros. Agora, menores de 16 anos, maiores de 66 anos e quem estiver renovando vistos de negócios e turismo (B1 e B2), trânsito (C1/D), estudante acadêmico (F) e estudante de escola técnica (M) com visto anterior expirado nos últimos 48 meses passarão por um processo simplificado

A abertura desses centros em mais capitais facilita a vida de quem deseja apenas renovar o visto, já que nesse caso, não haverá necessidade de deslocamento para outras cidades.

Nesses centros serão coletados os dados biométricos dos solicitantes. Os interessados em obter o visto que tenham menos de 15 anos e mais de 66 não precisam colher impressões digitais, mas devem entregar fotos 5x7.

As mudanças nos serviços de concessão de vistos a brasileiros incluem ainda a abertura de mais dois consulados: um em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, e o outro em Belo Horizonte, Minas Gerais, até o final de 2013.

Dilma nos Estados Unidos

Foto 12 de 24 - A presidente Dilma Rousseff cumprimenta o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, no Salão Oval da Casa Branca, em Washington, nesta segunda-feira (9) Mais Kevin Lamarque/Reuters

Latino-americanos ricos salvam mercado imobiliário de Miami

São Paulo - Os latino-americanos têm um velho caso de amor com Miami, mas, a julgar pelo que se vê no mercado imobiliário, raramente ele foi tão intenso.

Venezuelanos, brasileiros e outros latinos endinheirados têm contribuído de forma decisiva para a recuperação no mercado imobiliário de Miami, que chegou a ser símbolo da crise habitacional nos EUA.

Geralmente pagando à vista e sem reclamar do preço, esses compradores arrematam apartamentos e casas, dentro e fora de condomínios fechados, para servirem como investimento ou como segunda moradia. É uma tendência que reflete o forte crescimento econômico da América Latina, uma região que resistiu bastante bem à crise financeira global.

O consumismo latino-americano é visto não só nas imobiliárias, mas também nos reluzentes shoppings da cidade, onde eles compram iPads, roupas de grife e joias, entre outros itens.

Animados, empreendedores imobiliários de Miami vêm lançando novos projetos de olho nesse mercado, embora a Flórida continue sendo um dos Estados dos EUA mais afetados pela crise imobiliária. Também por isso, Miami virou um destino privilegiado para compradores internacionais.

"A América Latina tem realmente ajudado a injetar uma nova vida no nosso mercado", disse Jorge Pérez, presidente do Related Group, importante incorporadora imobiliária do sul da Flórida.

via exame.abril.com.br

Turistas do Brasil são os primeiros na lista de gastos por cabeça entre os 10 maiores grupos de visitantes estrangeiros nos EUA

Mesmo em uma cidade que adotou tantas ondas de latinos que é jocosamente conhecida como a capital dos sul-americanos na América do Norte, nenhum grupo tem sido tão cortejado e mimado como os brasileiros em Miami, nos Estados Unidos.

Cheios de dinheiro de uma economia em expansão e apaixonados pelo luxo, os brasileiros estão visitando o sul da Flórida em massa e gastando milhões de dólares em condomínios de férias, roupas, joias, móveis, carros e arte, muito menos caros do que aqui no Brasil.

Como agradecimento, os habitantes da Flórida estão criando formas inovadoras para fazer essas pessoas que falam português felizes. Agentes imobiliários, por exemplo, têm juntado empresas que oferecem serviços de decoração de interiores e de concierge, bem como aconselhamento jurídico e ajuda de visto. Alguns agentes estão inclusive abrindo escritórios no Brasil, para simplificar o processo.

Cientes de que os brasileiros não vão gastar livremente a menos que se sintam em casa, shopping centers os têm seduzido contratando funcionários que falam português para lançar vestidos Dolce & Gabbana e relógios Hublot. O mesmo objetivo levou à colocação de avisos em português.

"Oi" conquista Miami

Restaurantes brasileiros também estão florescendo em Miami, incluindo uma cadeia popular do Brasil - Giraffas - que oferece pão de queijo brasileiro e cortes especiais de carne. "Hola" e beijos no ar ainda são raros aqui, mas "Oi" - uma saudação do Brasil - está fazendo conquistas perceptíveis.

"Chegamos a Miami para investir, porque no meu país casas são muito caras", disse Claudio Coppola Di Todaro, um investidor de fundos de hedge de São Paulo que recentemente comprou um apartamento nas Torres Trump em Sunny Isles Beach e outro no Trump SoHo, em Manhattan (brasileiros também amam Nova York). "Nós gostamos de Miami para férias algumas vezes por ano. Muitos brasileiros fazem isso agora. "

Enquanto os Estados Unidos e a Europa continuam a lidar com a recessão, a economia do Brasil galopa para a frente, impulsionada pelas exportações, uma base de produção crescente e recursos naturais abundantes. O desemprego em outubro foi de 5,8%, e esta semana o Brasil passou a Grã-Bretanha para se tornar a sexta maior economia do mundo.

Primeiros na lista dos que mais gastam

Conscientes de marca, os brasileiros gostam de usar seu dinheiro e são os primeiros na lista de gastos por cabeça entre os 10 maiores grupos de visitantes estrangeiros para os Estados Unidos, uma lista que inclui os franceses, britânicos e alemães. Ao todo, 1,2 milhão de brasileiros visitaram o país em 2010 e gastaram US$ 5,9 bilhões, ou US$ 4.940 para cada visitante. Viajantes apenas da Índia e da China superaram os brasileiros, mas vêm em menor número e não estão entre os top 10.

O Departamento de Comércio espera que o número total de visitantes brasileiros seja ainda maior este ano. O impacto econômico dos brasileiros é tão poderoso que as indústrias de restaurante, viagens e varejo, juntamente com a Câmara de Comércio dos EUA, têm feito lobby em Washington para permitir que os brasileiros entrem sem vistos, como os cidadãos dos países da União Europeia. Em novembro, o Departamento de Estado concordou em adicionar mais funcionários consulares para acelerar o processo de visto. A American Airlines tem 52 voos por semana para Miami a partir de cinco cidades no Brasil e pediu mais rotas.

 

A Flórida é o estado que mais se beneficiou da nova riqueza do Brasil e a expansão de sua classe média. A maioria dos brasileiros que vêm para os Estados Unidos visita a Flórida, e nos primeiros nove meses deste ano, cerca de 1,1 milhão de brasileiros gastaram US $ 1,6 bilhão no estado, um aumento de quase 60% na comparação com o ano anterior. Entre as nações estrangeiras, apenas o Canadá envia mais visitantes para a Flórida.

Eles também querem casas

O dinheiro dos brasileiros também tem ajudado a ressuscitar o mercado imobiliário em Miami. Estrangeiros respondem por mais da metade de todas as vendas de bens em Miami, e as torres do condomínio que antes ficavam vazias são rapidamente vendidas a estrangeiros.

"Os brasileiros, em muitos aspectos, têm sido a graça salvadora aqui", disse Edgardo Defortuna, presidente da Fortune International Realty, que tem escritórios no Brasil e Miami. "O preço não é um grande problema para eles."

Brasileiros aqui escorregam para o estilo de vida da América Latina - jantares tarde e moda, comida e música familiares. E a relativa segurança dos Estados Unidos é um bônus. Apesar de em declínio, a taxa de homicídios no Rio de Janeiro é quase o triplo da de Miami.

Saiba mais:

Brasileiros investem em imóveis de luxo em Miami

Brasileiros 'monopolizam' compras de imóveis milionários em Miami

Ansiosas para fazer compras e gastar o tempo com amigos e familiares, extensas redes de brasileiros costumam comprar condomínios no mesmo edifício, como o W, em South Beach. "Em Miami, eles podem vir aqui e usar relógios caros e dirigir seus carros conversíveis, e ninguém vai cortar o seu braço para levar uma joia, como acontece em casa", disse Alexandre Piquet, advogado brasileiro da Piquet Realty, que foi fundada por seu irmão, Cristiano, um conhecido piloto de corridas."Aqui não temos que nos preocupar com crianças atravessando a rua e em sermos sequestrados, alguns dos problemas que ainda enfrentamos lá em baixo. É a realidade ".

 

A Piquet Realty, fundada em 2005, dobrou seus negócios no ano passado, disse Cristiano Piquet. Alguns apartamentos que vende estão totalmente mobiliados pela Artefacto, uma proeminente designer de móveis brasileiros. Se os brasileiros precisam de ajuda com negócios jurídicos, questões de natureza fiscal ou conselho de imigração, a empresa oferece isso também. Se um cliente quer uma Ferrari, Piquet Realty pode conseguir.

Como tantas empresas no sul da Flórida, a companhias se promove de forma agressiva no Brasil, assim como o escritório de turismo de Miami. O governador Rick Scott viajou da Flórida para o Brasil este ano em uma missão comercial.

Orlando quer sua fatia

Agora, Orlando está tentando atrair os brasileiros, que preferem shoppings da cidade tomada por seus parques temáticos. A Pegasus Transporte opera roteiros regulares de compras, trazendo milhares de brasileiros para os shoppings. O outlet da Tommy Hilfiger e loja de eletrônicos HH Gregg abriram só para eles. "Eles estão comprando tudo o que se possa imaginar", disse Claudia Menezes, vice-presidente de Pegasus. "Os laptops, máquinas fotográficas, roupas de marca - lotes de Prada e Louis Vuitton."

A alegria de espalhar dinheiro é a principal razão pela qual a batalha dos vistos está começando a ressoar no Capitólio. Há apenas quatro escritórios consulares dos EUA no Brasil, um país com quase o mesmo tamanho que os Estados Unidos. Para obter um visto, muitos brasileiros devem viajar longas distâncias para serem entrevistados. Apesar do processo oneroso, havia 820.000 pedidos de visto este ano, com uma espera média de 50 dias - muito tempo, dizem as autoridades de turismo.

Lobistas estão pressionando o Congresso e o Departamento de Estado para mudar o processo. Eles estão pressionando por mais escritórios consulares e um programa piloto que entrevistaria quem pede visto por vídeo conferências. Sete projetos estão pendentes no Congresso sobre a questão dos vistos.

Nesse ínterim, funcionários de turismo dizem que a Europa atrai um grande número de brasileiros porque viajar para o continente é muito mais fácil. A Europa Ocidental recebe 52% de todos os brasileiros que viajam ao exterior e os Estados Unidos 29%. "Você provavelmente poderia dobrar o número de brasileiros nos Estados Unidos" se os vistos não foram obrigatórios, disse Patricia Rojas, vice-presidente da Associação de Viagens EUA. "Estamos em desvantagem completa."

 
via economia.ig.com.br