Ponta de estoque testa venda de imóvel em Miami para brasileiros

Ponta de estoque testa venda de imóvel em Miami para brasileiros

Por Vivian Pereira

SÃO PAULO, 1 Out (Reuters) - No embalo da crescente e aquecida demanda por imóveis no Brasil, a RealtOn, que afirma ser a primeira ponta de estoque de imóveis do mundo, decidiu fazer uma aposta que, há alguns anos, seria considerada no mínimo ousada: vender imóveis localizados em Miami a brasileiros.

A companhia, criada em março deste ano, começou a ofertar nesta segunda-feira em seu website três imóveis residenciais em Miami em parceria com a incorporadora Related, como forma de testar o apetite dos compradores brasileiros antes de aumentar a oferta.

"Notamos que existia demanda dos clientes por imóveis em Miami", disse à Reuters o presidente-executivo da RealtOn, Rogério Santos. "Se compararmos o valor do imóveis em São Paulo e Rio de Janeiro, Miami vale a pena principalmente pela questão do preço."

Segundo ele, enquanto um imóvel em áreas nobres na cidade de São Paulo chegam a custar entre 800 mil e 900 mil reais, os imóveis que começam a ser ofertados nesta segunda-feira variam de 400 mil a 700 mil dólares.

"A compra de um imóvel em Miami tem se tornado muito interessante, com muitos brasileiros viajando para fazer compras", afirmou Santos, acrescentando que a procura por tais imóveis envolve também a locação como forma de investimento.

De acordo com levantamento da associação de corretores de imóveis de Miami, 12 por cento dos imóveis vendidos para estrangeiros na cidade foram comprados por brasileiros, perdendo apenas para os venezuelanos, os maiores compradores.

Além da questão financeira, a RealtOn defende o tempo como outro fator atrativo. Segundo o executivo, as horas gastas no trânsito das estradas brasileiras em feriados prolongados, por exemplo, tem feito com que aumente a procura por imóveis nos Estados Unidos.

"Nos últimos feriados os paulistanos levaram seis horas para se locomover até o litoral de São Paulo, e isso somado a custos. Um voo para Miami tem duração de oito horas", assinalou o executivo. Os imóveis ofertados estão localizados próximos à praia e contam com cozinha mobiliada.

A RealtOn espera colher resultados apenas no longo prazo. "Este é um balão de ensaio para ver a aceitação do brasileiro por esse tipo de imóvel", disse Santos.

Ainda assim, a companhia já tem outras parcerias previstas com duas incorporadoras para oferecer imóveis de Nova York, além de um maior volume em Miami.

FOCO EM ESTOQUES

Criada com o objetivo de ajudar grandes incorporadoras a desovar estoques de imóveis, a RealtOn reúne cerca de 2 mil imóveis residenciais e comerciais novos, com 122 mil clientes cadastrados para receber ofertas.

Comissionada como uma imobiliária tradicional, a empresa comercializa perto de 30 milhões de reais por mês.

Os imóveis, segundo Santos, chegam a ter descontos de até 40 por cento.

"Os incorporadores precisavam desovar os estoques e o comprador, adquirir por um preço mais competitivo", disse ele, citando um levantamento feito pela própria RealtOn que apontou 35 bilhões de reais em estoque de imóveis no país no ano passado. "Hoje 95 por cento das incorporadoras listadas (em bolsa) estão no site."

Com atuação apenas em São Paulo, a companhia planeja expandir a oferta para Rio de Janeiro --no próximo ano--, Curitiba, Brasília, Belém e Manaus. A empresa também já registrou a marca para atuar na Rússia e em outras localidades dos EUA.

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Mercado de casas aquece nos EUA

Mercado de casas aquece nos EUA

Uma onda de otimismo está soprando sobre o setor imobiliário dos EUA, segundo dois diferentes relatórios divulgados nesta quarta-feira.

O escritório do Censo informou que as autorizações para construção aprovadas no mês de agosto subiram substancialmente. Isso vai ao encontro do relatório divulgado pela Associação Nacional dos Corretores que acusou uma elevação de 7,8 por cento na venda de casas usadas.

Os incorporadores parece que sentiram o sopro de otimismo e resolveram apostar no mercado. No último ano, 750.000 casas novas foram construídas, o que significa um aumento de 29,1 por cento em comparação com o ano anterior.

Em comparação com agosto do ano passado, eles pediram autorização para construir mais 803 mil casas novas em uma base anual, um salto de 24,5% em comparação com agosto de 2011.

Quem agradece é o mercado de trabalho, porque para cada casa nova três novos empregados são contratados, segundo a Associação Nacional de Construtores.

via intertransfers.com