Imobiliarias vendem apartamentos da Flórida no Brasil

O crescimento do interesse dos brasileiros endinheirados por casas e apartamentos na Flórida, nos Estados Unidos, tem movimentado o mercado imobiliário naquela região e também no Brasil.

Lá, muitos lançamentos já são divulgados em português em sites e panfletos. Imobiliárias têm enviado representantes ao Brasil para oferecer seus produtos.

O site da Florida Realtors, a associação que reúne os corretores de imóveis, tem um serviço de busca (em inglês) de imóveis à venda no Estado.

Até o governador da Flórida, Rick Scott, veio ao país no mês passado em uma missão para estreitar relações comerciais.

Aqui no Brasil, a Coelho da Fonseca estruturou neste ano uma divisão internacional para ajudar os brasileiros na compra de imóveis fora do país, com destaque para os Estados Unidos.

A imobiliária mantém, em São Paulo, um showroom com maquetes dos empreendimentos à venda naquele país.

O Hamoral Group, que há 20 anos atua na venda de imóveis de luxo no Brasil e no exterior, acaba de fechar uma parceria com o fundo americano ST Residential.

O fundo adquiriu nos bancos uma série de empreendimentos de alto padrão e vai ofertá-los no Brasil por intermédio da Abyara Brokers.

Apesar de 85% dos brasileiros optarem pelo pagamento dos imóveis à vista, segundo os corretores, a oferta de financiamentos para brasileiros tem crescido.

Eles conseguem financiar até 70% do valor do imóvel abrindo conta em um banco local. Os juros, de 5% ao ano nos primeiros cinco anos, são inferiores à média cobrada aqui, de 11% ao ano.

Preços devem permanecer estáveis nos próximos anos

Mas, ainda que todas as atenções estejam voltadas para o comprador brasileiro neste momento, a compra de um imóvel na Flórida não é uma opção interessante para todo mundo.

Para o consultor internacional Marcelo Sicoli, da EnterBrazil, não existe expectativa de valorização nos EUA nos próximos anos, o que faz com que a opção de comprar um imóvel desse tipo como investimento não seja a mais adequada.

"Os preços dos imóveis em Miami estão hoje cerca de 40% mais baratos do que em 2008. Mas a tendência é que eles se mantenham estáveis ao longo do tempo", diz.

Para Sicoli, os imóveis são mais interessantes para quem tem o hábito de fazer viagens à cidade.

O professor João da Rocha Lima Jr., do Núcleo de Real Estate da Poli-USP, concorda.

"Imóvel de lazer no Brasil custa muito caro. Por conta da questão da segurança, as opções são imóveis em grandes empreendimentos, destinados às pessoas de renda muito alta, que demandam um investimento de quase US$ 1 milhão", diz.

"Por US$ 300 mil ou US$ 400 mil, é possível comprar imóveis mais convenientes em Miami."

Mas, mesmo nesse caso, os custos de manutenção do imóvel precisam ser levados em conta. Segundo Sicoli, o imposto cobrado sobre a posse do imóvel, por exemplo, equivale a 2% do valor total. E isso é pago anualmente. Além disso, é preciso arcar com o condomínio.